ATA DA TRIGÉSIMA NONA SESSÃO
SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA,
EM 11-11-2003.
Aos onze dias do mês de
novembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e quinze
minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Renato Malcon, nos termos do Projeto de
Resolução n° 067/03 (Processo n° 3788/03), de autoria da Vereadora Margarete
Moraes. Compuseram a MESA: o Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; o Senhor Gerson Almeida, Secretário do Governo
Municipal e representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o
Senhor Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto
Alegre; o Senhor Renato Malcon, Homenageado; a Senhora Laura Malcon, esposa do
Homenageado; a Vereadora Margarete Moraes, na ocasião, Secretária “ad hoc”. A
seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do
Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome
da Casa. A Vereadora Margarete Moraes, em nome da Bancada do PT, PP e PSDB,
justificou os motivos que levaram Sua Excelência a propor a concessão do Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Renato Malcon, comentando dados
alusivos à trajetória pessoal e profissional do Homenageado e salientando a
importância da atuação de Sua Senhoria como advogado e incentivador das artes
no Estado, notadamente enquanto Presidente da Fundação e do Conselho da Bienal
de Artes Visuais do MERCOSUL. O Vereador Beto Moesch, em nome da Bancada do PP,
relatou a participação do Homenageado em diversas ações de apoio à cultura no
Estado do Rio Grande do Sul, historiando as tratativas que culminaram na
primeira edição da Bienal de Artes Visuais do MERCOSUL. Também, ressaltou a
visão empreendedora do Senhor Ricardo Malcon, especialmente no que tange à
idealização e realização do evento conhecido como Fórum da Liberdade. O
Vereador Sebastião Melo, em nome da Bancada do PMDB, saudou a Vereadora
Margarete Moraes pela iniciativa da concessão do Título Honorífico de Cidadão
Emérito ao Senhor Ricardo Malcon, asseverando que a atuação do Homenageado no
cenário cultural de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul vem se traduzindo em
elemento de integração cultural entre os países que integram o MERCOSUL. O
Vereador Elói Guimarães, em nome da Bancada do PTB, declarou que a concessão do
Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Ricardo Malcon representa o
reconhecimento do povo de Porto Alegre à contribuição prestada à comunidade
pelo Homenageado, expressa através da sua representação política. Ainda,
exaltou a qualidade da atuação de Sua Senhoria na direção e organização da
Bienal de Artes Visuais do MERCOSUL. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da
Bancada do PSDB, traçou um paralelo entre o apoio dado pelos mecenas aos
artistas do período renascentista e a atuação do Senhor Ricardo Malcon junto ao
cenário artístico de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, enaltecendo a
dedicação e a competência demonstradas pelo Homenageado no exercício de suas
atividades como advogado e ativista cultural. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome
da Bancada do PDT, salientou a justeza da homenagem hoje prestada pela Câmara
Municipal de Porto Alegre ao Senhor Renato Malcon, através da concessão, a Sua
Senhoria, do Título Honorífico de Cidadão Emérito, cumprimentando a Vereadora
Margarete Moraes pela iniciativa desta solenidade e externando seus votos de
sucesso ao Homenageado no exercício de suas atividades. O Vereador Reginaldo
Pujol, em nome da Bancada do PFL, apoiou os pronunciamentos anteriormente
realizados no sentido de saudar o Senhor Renato Malcon pelo recebimento, no dia
de hoje, do Título Honorífico de Cidadão Emérito, enunciando outras
participações do Homenageado no cenário artístico da Cidade, especialmente
quanto ao apoio dado às atividades da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre –
OSPA – e da Fundação Iberê Camargo. Em continuidade, o Senhor Presidente
convidou a Vereadora Margarete Moraes para, juntamente com as Senhoras Mona
Malcon e Laura Malcon, procederem à entrega do Diploma alusivo ao Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Ricardo Malcon, concedendo a palavra ao
Homenageado, que agradeceu o Título recebido. A seguir, o Senhor Presidente
convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e,
nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados
os trabalhos às dezoito horas e trinta e seis minutos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelo Vereador João Antonio Dib e secretariados pela Vereadora
Margarete Moraes, como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Margarete Moraes,
Secretária “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e
pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão abertos os
trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear, com a outorga de
Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre, o Sr. Renato Malcon.
Compõe a Mesa o nosso homenageado Renato Malcon; Sra. Laura Malcon, esposa do
nosso homenageado; Sr. Gerson Almeida, Secretário do Governo, neste ato
representando o Sr. Prefeito Municipal; Sr. Geraldo Stédile, Presidente do
Conselho de Cidadão Honorários de Porto Alegre.
Esta homenagem foi proposta pela Ver.ª
Margarete Moraes.
Convidamos todos os presentes para, em
pé, ouvirmos o Hino Nacional.
(Ouve-se o Hino Nacional.)
Às vezes, preside-se alguma coisa por
obrigação, mas, hoje, é pura satisfação.
De imediato, passo a palavra à proponente
desta homenagem.
A Ver.ª Margarete Moraes está com a
palavra.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib; Sras. Vereadoras; Srs. Vereadores; Dr.
Renato Malcon, nosso advogado homenageado; Sra. Laura Malcon, esposa do
homenageado; Exmo. Sr. Gerson Almeida, Secretário do Governo Municipal,
representante do Prefeito Municipal de Porto Alegre; Exmo. Sr. Geraldo Stédile,
Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; demais
autoridades presentes; senhores da imprensa; senhoras e senhores, eu tenho
certeza de que hoje nós estamos vivendo um momento muito especial,
principalmente para mim, para a Câmara de Vereadores e para a cidade de Porto
Alegre, porque hoje é o dia em que o Dr. Renato Malcon recebe o Título
Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre, sendo que essa comenda contou
com o apoio, a boa energia e a boa luta de todos os Vereadores e Vereadoras
desta Casa, independendo da condição ideológica. O reconhecimento à figura e ao
legado do Dr. Renato Malcon também pode ser medido pela qualidade, sobretudo
pela representatividade das pessoas que estão presentes e que prestigiam este
Ato.
Seja na condição de empresário ou de
advogado, incentivador e gestor da arte e da cultura em Porto Alegre, e muito
além das nossas fronteiras, seja como cidadão anônimo contribuindo para a
construção de uma melhor qualidade de vida na nossa Cidade, ou no convívio da
família e dos amigos – e aqui eu também quero fazer uma referência muito
especial a sua esposa Laura –, o Dr. Renato Malcon, sem nenhuma dúvida, já
inscreveu seu nome na história de Porto Alegre.
Gostaria de citar que, entre outras inúmeras e
múltiplas funções, as quais ele realiza com muito talento e muita dedicação,
hoje ele é Presidente da Fundação e do Conselho da Bienal de Artes Visuais do
Mercosul, em plena vigência na nossa Cidade.
A Bienal é um momento aguardado, é um momento em
que as pessoas se agendam, se organizam, porque sabem que a Cidade quebra o
senso comum, rompe com seu cotidiano, transpõe os próprios limites e se
transforma em uma grande galeria, em um grande cenário que dá lugar para a arte,
a arte do passado, a arte do presente, e, quem sabe, aponta para a arte do
futuro. Em plena primavera em Porto Alegre, quando acontece a Feira do Livro,
que já vem na esteira do Porto Alegre em Cena, a Bienal compõe um calendário
cultural regular e sistemático na nossa Porto Alegre. É só olhar para o lado,
hoje, se nós estivermos passando em frente à Usina do Gasômetro, que nós
poderemos perceber um denso movimento, uma efervescência nervosa e muito
alegre; no mínimo, sempre há 10 ônibus lá estacionados, lotados, cada um com
escolares que percorrem, de maneira disciplinada e organizada, os roteiros da
4.ª Bienal.
Existe um projeto especial entre a
Secretaria Municipal da Cultura, a REFAP e a Petrobrás, que possibilita e vai
possibilitar que 130 mil alunos das nossas escolas municipais e estaduais
tenham acesso a essa grande exposição de obras de arte, e aqui eu quero fazer
uma referência e um agradecimento à Subsecretária da Cultura Dóris Oliveira,
pois essa visitação à Bienal, por intermédio de monitores preparados para isso,
demonstra o sentido pedagógico e cívico que envolve e que aproxima professores
e alunos do universo da arte em uma Bienal, cuja proposta é uma interrogação, é
uma Bienal que pergunta e que não responde.
Tanto as crianças que vão, a partir desse
Projeto, quanto qualquer pessoa que vá visitar a Bienal, passam a ter uma noção
da representação simbólica da nossa América Latina, uma noção, principalmente,
da tão desejada aproximação entre os povos.
A 4ª Bienal é instalada na Usina do Gasômetro,
no Cais do Porto, no Museu de Artes do Rio Grande do Sul, no Memorial do Rio
Grande do Sul e no Santander, e exatamente esses pontos legitimam a vocação
histórico-cultural do Centro da nossa Cidade.
Pois, neste momento, abraçando e
homenageando o Dr. Renato Malcon, eu quero também saudar todos os artistas,
curadores, criadores, montadores, produtores, guias, motoristas, pessoas que
limpam, jornalistas, fotógrafos, funcionários e todas as pessoas que participam
dessa fantástica jornada, na figura do Saint Clair Cemin, um gaúcho de Cruz
Alta, que é homenageado nessa Bienal, que é radicado e constituiu a sua vida
profissional, e é reconhecido em Nova Iorque.
Saúdo também os patrocinadores desta e
das bienais anteriores nas figuras do Dr. Jorge Johannpeter e da querida
Liliana Magalhães, uma das diretoras do Santander.
Saúdo pelo apoio e prestígio dos
Governos, em todos os níveis: no caso de Porto Alegre, na figura do Prefeito
João Verle, hoje representado pelo Secretário de Governo, Gerson Almeida; na figura
do Governador do Estado, Dr. Germano Rigotto; e do Governo Federal, evidente,
do nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do nosso querido Ministro e
companheiro Tarso Genro que deram apoio, prestígio e muita valorização à 4ª
Bienal do Mercosul.
Também não posso esquecer dos Presidentes
anteriores, Dr. Justo Werlang, Dr. Ivo Nesralla, pois tive a honra de trabalhar
com ambos enquanto era Secretária Municipal da Cultura desta Cidade.
Mas eu gostaria de voltar ao nosso
homenageado e dizer que sua atuação de incentivo à cultura não se esgota na
Fundação Bienal. Eu não sei como encontra tempo, mas o Dr. Renato Malcon também
compõe o Conselho da Fundação Iberê Camargo, o Conselho da Fundação da
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e o Conselho do Museu de Arte
Contemporânea, um equipamento do Estado do Rio Grande do Sul, demonstrando
grande sensibilidade, conhecimento das artes visuais, sobretudo uma idéia, uma
concepção e uma compreensão de que a arte é fundamental, porque é constitutiva
da nossa humanidade, dos nossos valores.
Eu conheci o Dr. Renato Malcon - e aqui
vai outra referência - não como Presidente da Bienal, mas quando ele dava uma
contribuição inestimável ao Projeto de Revitalização do Centro da nossa Cidade,
sobretudo nas obras de reforma da Av. Otávio Rocha, ainda no Governo do nosso
Prefeito, companheiro Raul Pont. Eu acho que essa é a outra face, outro lado da
sua personalidade, que é um modelo de consciência cidadã.
Enfim, seria infindável e seria uma
Sessão Solene, eu creio que enfadonha, se nós elencássemos todas as qualidades,
todos os feitos do nosso homenageado. Eu tenho certeza de que, sobre as outras
faces, os outros Vereadores darão a sua contribuição.
Portanto, eu quero concluir este momento
dizendo que - absolutamente fiel às minhas origens, à minha trajetória ligada
sempre à educação, ligada à valorização da cultura - pretendo honrar o meu
mandato, principalmente, observando e tendo um grande respeito pelas pessoas
que depositaram a sua confiança em mim, também considerando os demais
Vereadores desta Casa.
Eu, logo que aqui assumi, em março deste
ano, soube que cada Vereador teria direito a conceder um Título de Cidadão
Emérito por ano. Eu, depois de muito pensar, lidar com uma turma de tantos
artistas, de tantos talentos, de tanta contribuição à nossa Cidade, eu cheguei
à conclusão de que eu deveria oferecer esse Título ao Dr. Renato Malcon por
essas razões que eu elenquei e por tantas outras que vocês sabem que existem.
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch
está com a palavra.
O
SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Falo aqui, também, em nome do
Presidente desta Sessão e desta Casa, Ver. João Antonio Dib, do Ver. Pedro
Américo Leal e do Ver. João Carlos Nedel, que compõem comigo a Bancada do
Partido Progressista desta Casa.
O Renato Malcon já é uma pessoa que faz
parte do patrimônio da cidade de Porto Alegre. Quem não conhece Renato Malcon?
Onde nós vamos, nos bons lugares, nos lugares culturais, econômicos, onde pulsa
a sociedade porto-alegrense, está lá o Renato Malcon. E, realmente, a Ver.ª
Margarete expôs muito bem. O Renato, hoje, confunde-se com a própria Bienal,
que é um outro patrimônio da nossa Cidade, da cidade de Porto Alegre, da
sociedade porto-alegrense. Já estamos na 4ª Bienal. E eu sou testemunha - e
está aqui o Justo Werlang, que foi o Presidente da 1ª Bienal, que era algo
ainda a ser explorado, não se sabia muito bem o que seria uma Bienal, mas
estava lá o Renato articulando-se com vários agentes da sociedade
porto-alegrense, para que a 1ª Bienal desse certo, e já estamos na 4ª Bienal.
Foi Vice-Presidente da 3ª Bienal, é Presidente da 4ª Bienal. Conversando com
ele diversas vezes no transcorrer das Bienais, vi que tinha a preocupação de
que a Bienal fosse a cara da comunidade, de que a comunidade se inserisse na
Bienal, porque senão não faria sentido, ou seja, o que o Renato sempre procurou
fazer é que a Bienal fosse uma forma de inclusão cultural. E está aí a 4ª
Bienal para mostrar isso. Como a Vereadora Margarete já colocou, o Planejamento
de Ações Educativas procura atender trezentos mil escolares. E vejam, é
inclusão cultural, sim, porque a entrada é franca. Esse verdadeiro espetáculo
em diversos locais da Cidade com entrada franca, com grande investimento por
trás, mas com entrada franca. Portanto, o espaço é extremamente democrático e
mostra justamente o perfil do homenageado. Um homem que não precisava se
preocupar com isso, mas, por ter justamente uma visão social, uma visão
cultural, portanto - porque, quem tem visão social tem de ter justamente essa
visão para as presentes e futuras gerações -, entende que também, através da
cultura, nós precisamos desenvolver a sociedade. Sem cultura não há
desenvolvimento social, não há desenvolvimento econômico. O Renato entende
muito bem o que vem a ser desenvolvimento sustentável, o desenvolvimento
econômico, social, cultural, respeitando o meio ambiente, respeitando as
vocações ou a vocação da comunidade onde está inserido. Sem isso não há
desenvolvimento, mas só os homens de visão sabem disso, homens como o Renato.
E, com certeza, a nossa sociedade seria muito mais desenvolvida se todos
pensassem assim com essa visão ampla interligada de horizontes.
Gostaria de destacar também - e acho que
participei de todos - os Fóruns da Liberdade. Renato Malcon foi quem realizou o
primeiro Fórum da Liberdade, em 1988, e já estamos na 15ª edição. É um Fórum
que trata da economia, da cultura da sociedade, um dos mais democráticos do
País, onde todos participam e que é um patrimônio de Porto Alegre – o Fórum da
Liberdade.
Temos de destacar também o trabalho de
revitalização do Centro. Está aí a reforma da Avenida Otávio Rocha. E vejam que
interessante: onde está a 4ª Bienal? No Centro da cidade de Porto Alegre, no
Cais, no MARGS, no Santander, na Usina do Gasômetro.
Portanto, para que possamos entender a cidade de
Porto Alegre, para que possamos entender as suas formações culturais, durante
toda a sua história, temos de entender a importância do Centro da Cidade. Mais
do que revitalizar, precisamos recuperar o Centro. Está aí a Feira do Livro em
pleno Centro da Cidade; está aí a 4ª Bienal para mostrar que o Centro é a
verdadeira Capital do Rio Grande do Sul – porque a Capital do Rio Grande do Sul
não está nos bairros: a Capital está no Centro da cidade de Porto Alegre.
E são com atitudes como essas que
podemos, realmente, revitalizar e recuperar o Centro, mas, muito mais do que
isso, mostrar a grandeza de uma sociedade como a porto-alegrense, que pode ser,
sim, e é, cosmopolita. Está aqui o nosso homenageado para dizer isso. Porto
Alegre tem vocação para ser uma cidade cosmopolita. O Renato Malcon é exemplo
disso, e as suas realizações muito mais, ainda.
Parabéns, Renato, e muito obrigado por
estares nos oferecendo tudo isso de bom. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) De uma forma
muito especial eu quero cumprimentar a Ver.ª Margarete Moraes, que é nossa
colega nesta Legislatura, mas não estávamos tendo o privilégio de conviver com
ela, porque ela estava cumprindo outras missões no Executivo como Secretária da
Cultura, Secretária do Governo anterior e voltou a ser deste Governo, portanto,
é novata aqui na Casa, mas tem feito um extraordinário serviço. Portanto, eu
queria cumprimentá-la pela iniciativa porque, nós, que somos Vereadores de
primeira legislatura - e eu sou um deles - temos prestado poucas homenagens e
acho que Vossa Excelência foi muito feliz ao escolher homenagear a figura do
Dr. Renato Malcon, pois ao se homenagear a figura do Dr. Renato Malcon, se está
homenageando um contexto e por isso, Dr. Renato Malcon, eu quero aqui começar
por esta questão. Com relação ao Mercosul, da unificação dos países da América
Latina, eu sempre assisti a um discurso muito equivocado, ao longo dessas duas
décadas, em que se trata meramente da questão econômica. A integração do
Mercosul não começa pela questão econômica; ela poderá chegar lá na questão
econômica, mas ela começa, fundamentalmente, na questão cultural. Se não houver
essa integração, não há de se falar em integração econômica.
Eu digo isso, Ver. Beto Moesch, porque
Vossa Excelência, que já presidiu comissão na Ordem - e eu que sou Conselheiro
da OAB –, sabe que nós lá temos uma Comissão que sempre trata do Mercosul e
sempre esse debate, na medida da oportunidade, lá estava, dizendo dessa
posição, ou seja, da questão da legislação, dos procedimentos, das questões
alfandegárias, mas tudo isso está aquém daquilo que é a unificação via
cultural. E aí entra a figura do nosso homenageado, que é um homem que, na sua
caminhada... O Dr. Renato sempre foi um peregrino dessa caminhada, quando, às
vezes, até homens públicos não defendiam o que ele defendia.
Então, portanto, Dr. Renato, nós queremos, aqui, dizer que o senhor é mais do
que um incentivador, mais do que um divulgador, o senhor é um integrador da
cultura do nosso Mercosul. Ainda nos encontrávamos, na semana passada, num
programa de televisão, quando o senhor me mostrava os catálogos produzidos para
a Bienal, Ver.ª Margarete Moraes, e falávamos, com relação à Bienal de São
Paulo, por exemplo, que lá não há a entrada franca - veja que avanço nós
tivemos aqui -, e ele dizendo: “Vereador, incentive a população, especialmente
a de baixa renda, que tem a grande oportunidade”. Dizia muito bem o Ver. Beto
Moesch que há várias crise no País, mas um País que não cultiva, que não tem
cultura, que não se afirma nesta caminhada é um País que não tem resgate.
Portanto, quando se oportuniza especialmente a centenas de pessoas que,
lamentavelmente, às vezes nunca entraram num cinema, Dr. Renato Malcon. Esta é
a dura realidade do País, inclusive aqui, em Porto Alegre, onde nós temos, sim,
muitos excluídos também. Porto Alegre não é uma ilha, está dentro de um
contexto de um país que tem extraordinária caminhada, mas que, efetivamente,
precisa produzir uma inclusão social com muita profundeza. Então, quando, por
meio da sua coordenação, e quando o senhor chega à coordenação dessa Bienal,
ela não chega isolada, porque o senhor vem de um trabalho, da fundação, desde a
1ª Bienal, passando por todo esse processo, vice-presidência, e agora,
evidentemente, conduz a 4ª Bienal. Mas o Dr. Renato Malcon, como já foi dito, é
um empresário comunitário e nós achamos, Dr. Renato Malcon, que o caminho do
resgate da sociedade tem de ser por meio de uma profunda parceria do setor
publico com o privado. Está provado que só o setor público não dá conta das
coisas, e, se não houver, por parte dos setores privados, a perfeita
compreensão de que deve haver um processo de parceria para alavancar todas as
questões... Falava-se da revitalização do Centro. Sem dúvida alguma, esse é um
desafio independente de governo, do que está aí, do que possa vir, é um desafio
da cidade de Porto Alegre. Portanto, eu diria que quando a Casa, quando a municipalidade,
por intermédio dos seus Vereadores, de forma plural e com destaque, de forma
sublinhada, aprovou por unanimidade esta homenagem, a Bancada do PMDB, por meio
do seu Líder e do meu colega Ver. Haroldo de Souza, também, fez questão de vir
aqui sublinhar, destacar, gizar que, efetivamente, este é um momento alto desta
Casa, quando homenageia alguém. Porque quando se dá um Título, Dr. Renato, se
dá um Título não porque... Eu disse isto aqui ao Senador Pedro Simon: “O
senhor, pelo contrário, tem muito mais a prestar a esta Cidade do que já
prestou”. Então, esta homenagem é para incentivar que o senhor faça mais. Um
Título é por aquilo que o senhor fez, o senhor fez muito. Mas, evidentemente, o
senhor vai fazer muito mais ainda. Por isso, este Título, que - tenho absoluta
certeza - foi inspirado nesse sentido dessa contribuição ainda maior.
Portanto, um abraço muito fraterno ao
senhor e a sua família, aos amigos e às amigas que aqui participam conosco
deste extraordinário evento. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Presidente Geraldo Stedile,
do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, e que recebe o mais recente
cidadão, que é o Sr. Renato Malcon. Vereadora Margarete Moraes. Vereadora,
ex-Secretária da Cultura, pessoa que dedica o seu mandato induzindo, promovendo
a arte, a cultura, defensora que é dessa questão aqui na Casa. Vejo o Dr.
Portela, da Sultepa, também um homem que se integra dentro da cidade de Porto
Alegre; a família, o irmão do homenageado. Malcon, o teu nome tem uma certa
sonoridade, porque os Malcon, por assim dizer, têm uma presença muito forte na
cidade de Porto Alegre, no Município de Porto Alegre, enfim, no coração de
Porto Alegre, que é o seu Centro da Cidade. E a Casa, com o instituto da
cidadania, estabelece exatamente uma relação que eu reputo fundamental entre a
população e o homenageado, porque é em nome da população e em nome da Cidade
que os Vereadores agraciam aqueles que para a Cidade produzem. E como produzem!
E aqui está exatamente um grande representante dessa categoria de homens
devotados, ilustres, honrados e dignos que fazem a grandeza da cidade de Porto
Alegre. Mas o que seria, enfim, a Cidade se não possuísse nomes do quilate do
homenageado, Dr. Renato Malcon, homens vocacionados a fazerem a grandeza da sua
terra, da sua cidade, do seu Estado. Aqui, os que me antecederam já à sociedade
produziram o perfil brilhante do homenageado nos mais diferentes espaços e
momentos da Capital do Estado do Rio Grande do Sul. Mas resta-nos dizer que não
fora homens como o homenageado, por certo não teríamos a qualidade de vida que
tem Porto Alegre, não teríamos o desenvolvimento que tem Porto Alegre, porque
se há um capital fundamental para uma cidade é o capital humano, são as
pessoas, são os atores da cidade. E o homenageado, Renato Malcon, é um dos grandes
atores desta Cidade. Eu diria que é um homem público. É um homem público sem
ter mandato, porque, na sua atividade múltipla, na sua ação, inserido no
desenvolvimento da Cidade, pelo que promove, pelo que realiza, pelo que dirige,
é um homem público, co-administra, sim, a cidade de Porto Alegre naquelas áreas
como as artes, por exemplo, Presidente que é da 4ª Bienal do Mercosul - antes
já havia sido Presidente -, e trouxe o Presidente da República para este ato
importante na cidade de Porto Alegre, tal a envergadura da 4ª Bienal do
Mercosul, tal a sua importância. Então, é um indutor das artes, é um produtor
de eventos fundamentais para a geração de renda, para a geração de tributos,
para a geração de empregos e para a integração social, na medida em que às
escolas, às crianças, é mostrado todo esse processo de produção que fazem os
nossos artistas.
Meu querido e nobre Renato Malcon, receba a
saudação calorosa do Partido Trabalhista Brasileiro e o agradecimento, sim, da
cidade de Porto Alegre pelo muito que tu tens feito e pelo muito que tu vais
fazer, porque tu és um homem jovem, inteligente, talentoso, apto a produzir a
grandeza de nossa Cidade; receba a nossa homenagem e o nosso carinho. Digo ao
nosso Presidente do Conselho de Cidadãos de Porto Alegre, Geraldo Stedile, e
não tenho dúvidas disso, que o Conselho de Cidadãos de Porto Alegre é o mais
importante Conselho da Cidade, porque é integrado por aqueles que dão a vida à
Porto Alegre, dão o trabalho, a luta. Então, Geraldo Stedile, vais receber
exatamente um homem de talento invulgar, singular, que co-administra a Cidade
naquelas questões todas que estão vinculadas à sua ação como homem dinâmico, de
luta. Renato Malcon, receba a nossa saudação, e que tu continues na tua trilha,
produzindo e engrandecendo - e por isso o nosso agradecimento -, a cidade de
Porto Alegre. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra e falará em nome do PSDB.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O mundo passou
por uma de suas maiores transformações lá no longínquo século XVI. E a idéia
seiscentista era manipulada por correntes antropomórficas e as alterações da
natureza deixavam de ser atribuídas à fúria dos deuses.
O ser humano passa a ser o centro das
imagens, das artes plásticas e dos interesses, fossem comerciais, sociais ou
políticos de um novo marco na humanidade.
E, em profusão, apareceram gênios. Os gênios
de Vivaldi e o seu Quatro Estações, Boccaccio e o seu Dacameron, Michelangelo
na pintura e na escultura e em tantas outras especialidades, como a física e a
matemática. Mesmo no primitivismo dos componentes, a falta de instrumentos mais
aperfeiçoados, as técnicas precárias ainda de pintura, a necessidade de sua
conservação - tudo isso não poderia entregar-se à responsabilidade dos seus
criadores.
Somente pessoas ricas, com recursos para
financiar obras artísticas e para conservá-las em direção à posteridade,
fizeram com que surgissem as providenciais históricas figuras dos mecenas.
Mecenas, como nome próprio, eram, por definição e papel, os protetores dos
artistas e das obras de arte, tanto da literatura como nas artes plásticas.
Eles entenderam a finalidade, o momento
prodigioso do mundo, em euforia com as novas formas da emergência artística do
ser humano, tanto como mentor quanto como imagem, de formas que o Renascimento
transformou-se em espetáculo, com produção, com direção, com donos, promovendo
necessidades e protegendo a riqueza maior da sua época, os seus autores.
O mundo, evidentemente, prosseguiu em
escala cada vez mais vertiginosa de produção, em todas as artes, em especial,
no aparecimento de novas formas e estilos artísticos que necessitaram, a
maioria das vezes em suas carências, de proteção, amparo tanto dos autores como
de suas obras, que deveriam ser expostas, cuidadas e submetidas a condições de
temperatura e de umidade especiais.
Nós temos, na cidade de Porto Alegre, a
felicidade de conviver com um dos seus maiores escultores, ele é Carlos
Tennius. Tennius acredita que a obra de arte tem de ir para a rua, tem de estar
exposta para usufruto da população, para o exercício da imaginação das pessoas
que passam, que param e que pensam, para seu deleite, para o entendimento, para
a insinuação artística, para o patrimônio histórico e para o patrimônio
artístico.
Mas a rua, além da depredação, tem o
risco das intempéries e da fragilização dos materiais plásticos. É necessário,
então, o seu resguardo em conjunto. E esse conjunto que inicialmente formou
feiras, inclusive, as exposições, as Bienais e a reunião do incalculável acervo
artístico que somente um milagre da psicomotricidade fina do artista, do ser
humano pode transformar em imagem o que a genialidade de um cérebro produz como
auto-imagem.
Estamos falando em arte, e no que,
antigamente, chamaríamos de mecenas. Isto é, falamos também das pessoas que
viabilizaram nossos movimentos artísticos, intelectuais, suas relações com a
sua época, com os contextos sócio-político-econômicos e a possibilidade de
proporcionarem a seu povo, à sua população, inclusive a menos aquinhoada, que
tem senso estético, que tem o direito ao juízo de valor, momentos de deleite
intelectual e da maravilhosa curtição de imagens únicas, providas do que
chamamos de arte no seu senso maior. E qualquer pessoa, sem distinção de raça,
credo, cor ou condição social, tem direito à criação, ao sonho, ao pensar, a
entender a intenção do autor. E mesmo as pessoas mais desprovidas,
aparentemente, de intelectualidade têm a sua forma de ver as coisas, a sua
individualidade na reciprocidade da criação se formando, reformando-se, na
medida em que é possível passar da imagem para o sonho.
E é por isso que, hoje, homenageamos
Renato Malcon, um dos mecenas dos nossos dias, quando nas Bienais realizadas,
materializaram o sonho de muita gente que não tem condições de viajar ao
exterior para complementar e enfeitar a sua personalidade com a cultura emanada
de uma obra de arte.
Quero agradecer a esse homem de negócios, o
mecenato de movimentos magníficos de convivência com as divindades das formas,
das imagens e sonhos, é dever da sua Cidade.
E ao Dr. Renato Malcon, que permitiu que
o nosso povo fantasiasse, mesmo que por instantes, a vivência das maiores
cabeças da nossa espécie hominis,
cabe como luva o Título de Cidadão de uma Cidade, que oferece, quase todos os
dias, ao fim da tarde, o espetáculo pictórico que, muitas vezes, aproxima-se da
obra-prima maior de um especialista e, muitas vezes, a ultrapassa. E é esta
Cidade que tem a palavra “por” no seu próprio nome: Porto Alegre, o pôr-do-sol,
um nome que te abraça, que te acaricia e é continente de todo o nosso
reconhecimento pela grandeza da sua compreensão, da arte e a dos que a recebem.
Pois a arte é o belo e o belo é a arte. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós conseguimos aqui algumas
sínteses extraordinárias, e, depois, diga que o Dr. Getúlio não tinha razão.
Nós conseguimos aqui essa extraordinária aliança, esse leque de entendimentos
que Porto Alegre consegue promover. Uma dirigente do Partido dos Trabalhadores,
uma combativa Vereadora do PT homenageia o Dr. Renato Malcon. E isso é uma
simbologia de todo um espírito que nós conseguimos viver aqui na cidade de
Porto Alegre - e tem uma importância muita grande. E, depois, diga-se que o Dr.
Getúlio não tinha razão quando preconizava o entendimento entre o capital e o
trabalho. Não é verdade, Vereadora?
Então, esse é um momento muito especial,
porque meus colegas Vereadores que me antecederam, Renato, abordaram diversos
aspectos da grande contribuição que tens dado, sendo referido como o mecenas
das artes aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
A mim, ao lado desse aspecto, desse amor
à cidade de Porto Alegre, e desse vínculo que tu conseguistes criar com a
Cidade, deste enraizamento com Porto Alegre, por meio da Bienal, que tem no
Justo, também, um dos grandes articuladores desse evento em nossa Cidade, que
joga Porto Alegre no concerto das Nações de mais alto padrão cultural; faz com
que nós consigamos ser, efetivamente, uma Cidade singular, porque a grande
realidade é que, com os reduzidos e parcos recursos do Orçamento da Prefeitura,
dificilmente conseguiríamos realizar um evento dessa envergadura; mas com apoio
de diversos segmentos de setores produtivos da nossa Cidade e do nosso Estado
essa Bienal se torna uma realidade.
Mas, há um outro aspecto que fez com que
eu, rapidamente, de um evento em homenagem à Polônia, em relação ao qual eu era
o autor da iniciativa, me dirigisse à Feira do Livro, onde participava de uma
tarde de autógrafos e aqui comparecesse, porque a tua presença - a nossa
presença em última análise, nós que pertencemos praticamente a uma etnia comum
de povos que têm uma história muito profunda, lá do Oriente Médio - fez com que
eu fizesse questão de, nesta tarde, estar aqui presente para te homenagear, com
muito orgulho, porque o teu pai, o pai do Ricardo, foram os grandes
preconizadores do entendimento entre a comunidade libanesa, comunidade árabe e
a comunidade judaica. E vocês, por todas as razões, dão continuidade a esse
espírito fraterno aqui da nossa Cidade e do nosso Estado, provando, sim, que a
paz, o amor, o entendimento, tudo isso é possível. O próprio Ver. João Antonio
Dib é meu concorrente na disputa dos votos da comunidade judaica, em
contrapartida eu também adentro em algumas famílias, como a família Bothome, a
família Bered - meus vizinhos -, então, fazemos um empate e isso revela
exatamente, Renato, esse clima maravilhosos que vivemos aqui nesta Cidade.
Hoje, nesta tarde, por esta iniciativa inteligente de uma Secretária de Cultura
altamente qualificada - e sou insuspeito, porque sou do campo de oposição ao
Governo do qual ela pertenceu por anos como Secretária de Cultura e hoje como
Parlamentar desse Partido aqui nesta Casa – e tem se distinguido. Por isso toda
a felicidade dessa iniciativa e dessa homenagem, razões pelas quais tu és
merecedor dessa condição, dessa cidadania porto-alegrense de fato e de direito;
tu já as tinha por todo esse trabalho que tu e tua família desenvolveram no
curso da tua existência e dos teus ancestrais. Portanto, a nossa saudação em
nome do trabalhismo e do meu Partido, o PDT, aqui nesta tarde. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra.
Meu caro homenageado, Renato Malcon, com
a fala do Ver. Reginaldo Pujol, todos os Partidos estiveram presentes na
tribuna ou representados, o que, para nós, é uma satisfação muito grande.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Ortega y Gasset diz que o homem é um
ser e as suas circunstâncias. A minha circunstância, no presente momento, é
muito especial. Fui anunciado pelo Ver. João Antonio Dib como o derradeiro
orador desta solenidade. Nem sempre a máxima bíblica se comprova, quando diz
que os últimos serão os primeiros. Essa circunstância se confunde com outra
circunstância. Dificilmente, meu caro Malcon, se nós não tivéssemos o
privilégio de termos conosco, desde janeiro, a Ver.ª Margarete Moraes, não
estaríamos oficializando a outorga desse título de cidadania emérita de Porto
Alegre exatamente no período em que se desdobra, na Cidade, mais uma edição da
Bienal do Mercosul. Isso já é razão de sobra para que nós cumprimentemos a ilustre
Vereadora pela sua sensibilidade, mas é um motivo a mais de complicação para
esse meu derradeiro pronunciamento. É que os oradores que me antecederam, todos
eles brilhantes, desde a ilustre proponente, o Ver. Beto Moesch, o Ver. Elói
Guimarães, o Ver. Cláudio Sebenelo, o Ver. Isaac Ainhorn, todos eles, com muito
brilho souberam, de forma pedagógica, justificar a nossa homenagem, esta
homenagem que a Câmara Municipal, por unanimidade, entendeu de, com justiça,
conceder a esse nosso novo cidadão - Cidadão Emérito -, eis que porto-alegrense
de nascimento, nascido aqui na nossa Capital nos idos de 1955 e, como eu,
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.
Certamente que pouca coisa restaria a nós
nesta manifestação já bastante alongada em que, por formas diferentes, com
visões completamente diversificadas, já foram apresentadas à cidade de Porto
Alegre e realçadas as razões e os motivos pelos quais esta Casa, em momento
inspirado, entendeu de tomar essa decisão.
Ocorre que todos nós aqui, por razões
diferentes, chegamos muitas vezes ao mesmo caminho. Citaremos até o poeta
Paisano quando diz que “nem todos os caminhos são para todos os caminhantes”.
Nesse ponto eu tenho alguma divergência, quando é necessário que se conjugue
esforços para promover o reconhecimento público de uma situação que esteja a
merecer esse reconhecimento, contrariamente ao que pensam alguns, nós somos
aqui - os homens e as mulheres que compõem esta Casa - suficientemente capazes
de superar qualquer espécie de antagonismo doutrinário ideológico para
convergirmos para uma mesma situação.
O seu trabalho na Bienal nos autorizaria,
por inteiro, a essa convergência. Mas, eu, certamente, pelos mesmos motivos,
acrescentaria outros: a sua atuação na OSPA, o seu trabalho na Fundação Iberê
Camargo, e, sobretudo, a sua liderança na área do empresariado. Porque eu não
sou circunstancialmente o último orador desta Sessão Solene; eu sou o último
orador, porque assim determina o Regimento da Casa: para que àquele que
pertence à Bancada menor – e eu pertenço a uma Bancada de um único integrante –
sejam resguardadas as últimas situações. E para nós, Liberais, deixar de
enfatizar o sucesso e a competência é uma situação absolutamente inconciliável.
Nós exultamos quando vemos que a Cidade, pelos seus méritos e pelos seus
representantes, tem essa condição de reconhecer que um homem com as suas
qualificações pessoais, que desenvolve várias atividades empresariais não se
desvincula e não perde a sensibilidade para essas situações culturais que
requerem sensibilidade, perspicácia e dinamismo.
Eu vi as ênfases que foram acentuadamente
realizadas com relação à Bienal, que se repete pela quarta vez. As minhas
circunstâncias, às vezes, me favorece; na primeira oportunidade em que ela se
realizou, eu era Presidente de um Rotary Club de Porto Alegre, e, em conjunto
com a Fundação dos rotarianos nos integramos por inteiro naquela atividade, e
eu incluo isso na minha biografia.
Hoje nós homenageamos o atual Presidente
da Fundação Bienal; mas junto com o Presidente da Fundação Bienal, nós estamos
homenageando um advogado, um homem de empresa, um cidadão integral, que, desde
exemplar chefe de família até a sua condição de homem de sucesso nas suas
atividades empresariais, à sua sensibilidade com as coisas que dizem respeito à
cultura neste Estado e nesta Cidade, formam essa amálgama e esse conjunto de
razões que determinam que a Casa, em bom momento esperado, pela proposta da
Ver.ª Margarete Moraes entendesse de lhe fazer Cidadão Emérito da nossa Cidade.
Seja bem-vindo a esse rol de grandes homens e grandes mulheres, como o
Presidente Geraldo Stédile e tantos outros que formam a nossas galerias. Todos
eles se sentem muito honrados em recebê-lo nesse convívio, e nós mais ainda de
termos sido partícipes de todo esse processo iniciado pela Ver.ª Margarete
Moraes, mas concluído com justiça e, sobretudo, com oportunidade daqueles que
reconhecem na sua ação de cidadão integral, de homem, de líder, de advogado, de
empresário, de cultor das artes, mas, sobretudo, de cidadão Emérito da Cidade
de Porto Alegre. Seja bem-vindo ao rol dos notáveis. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Meu caro homenageado,
Renato Malcon, como foi visto, todos os partidos se fizeram representar na
tribuna, mas todos os Vereadores, no momento da votação, foram unânimes, e o
título que vai receber neste momento foi aprovado por unanimidade. Nosso jovem
empresário é um homem responsável, sério, competente, que enfrenta problemas e
gosta de soluções. Eu, pensando agora no meu amigo Salomão Malcon, vou convidar
a Ver.ª Margarete Moraes e a Sra. Mona Malcon para, juntamente com a Laura,
entregarem o Diploma ao nosso novo Cidadão Emérito.
(Procede-se à entrega do Título.)
(Palmas.)
Neste momento, convidamos o nosso
homenageado, o novo Cidadão Emérito Sr. Renato Malcon, para fazer uso da
palavra.
O
SR. RENATO MALCON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Saúdo ainda minha esposa, Laura,
querida, amada; meus filhos, Artur, André e Luísa; minha mãe; meu irmão
Ricardo; meu sobrinho Maurício; meus amigos queridos aqui presentes, que
enfrentaram todas as dificuldades de compromissos e de agendas para estarem
aqui hoje; meus amigos, com quem ombreei na construção dessas quatro Bienais.
Recebo, com muita honra e alegria, o Titulo de
Cidadão Emérito de Porto Alegre conferido pela nossa Colenda Câmara de
Vereadores, por proposta da ilustre Vereadora Margarete Moraes. Esse galardão
é, acima de tudo, uma homenagem à Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em plena
4ª edição e com sucesso já assegurado em todos os níveis, do artístico ao
popular, principalmente.
Sempre enfatizei a importância de uma
construtiva parceria, no campo cultural, com os poderes públicos, com ênfase na
participação importantíssima do Município de Porto Alegre, por seus poderes, e
no apoio da comunidade, o que se deu exemplarmente no desenvolvimento da 4ª
Bienal.
Transcorrido mais de um mês de Bienal,
posso garantir-lhes que realizamos, todos nós, uma exposição, que podemos, acredito,
dizer muito bem sucedida, que marca inarredavelmente o calendário internacional
dos grandes eventos de arte, projetando a Cidade, o Estado e o País. A nossa
Bienal é o maior evento de artes visuais latino-americanas no mundo, projetando
Porto Alegre como um dos mais fecundos pólos de fomento cultural do Mercosul.
Pela relevância do evento, contamos com a presença do Exmo. Sr. Presidente da
República, Luís Inácio Lula da Silva, que foi, com muitos dos seus eminentes
Ministros de Estado, não só sensível à magnitude e ao sentido da mostra como um
dos seus principais apoiadores, especialmente quando proporcionou sua inclusão
na agenda de países do Mercosul que se fizeram também representar naquele ato.
Minhas senhoras, meus senhores, meus
amigos, quando assumi a presidência da Fundação Bienal, com a tarefa de
organizar e levar a bom termo a 4ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, sabia
perfeitamente que seria preciso enfrentar um duplo desafio: primeiro, o de
corresponder a uma tradição muito bem sucedida do evento, tão magnificamente
concebido e implementado pelos fundadores da nossa instituição. Depois, o de
consolidar a exposição como o maior acontecimento latino-americano no mundo das
artes visuais.
Portanto, impunha-se mobilizar talentos,
dedicação, apoios, interesses e capitais, na órbita particular e pública, no
plano nacional e externo, como nunca antes tivemos de fazer.
Além disso, em face do panorama nacional
e internacional dos novos tempos, tornava-se imprescindível inserir a mostra de
forma inequívoca dentro de um contexto político e cultural de integração dos
povos latino-americanos, especialmente das nações do Mercosul, no seu mais
amplo conceito de bloco sul-americano.
Assim, a 4.ª Bienal pretende assumir o
papel de agente catalisador dos movimentos e das aspirações latino-americanos
que se expressam pelas artes visuais.
Nosso trabalho foi incansável na procura
de parceiros na iniciativa privada e junto aos poderes públicos, pois a
estimativa de receber centenas de milhares de espectadores - até hoje
ultrapassamos os 600 mil visitantes; domingo eram 599 mil visitantes; então,
hoje, com certeza, já ultrapassamos a marca de 600 mil visitantes - para as 17
mostras que compõem a exposição, por si só, revela o tamanho e a ambição do
empreendimento. Jamais nos faltou o apoio das autoridades públicas municipais,
estaduais e federais, assim como respaldo de diversos segmentos da nossa
comunidade empresarial, dos artistas, dos nossos conselheiros, dos diretores e
colaboradores. Foram inexcedíveis todas essas ajudas e apoios para que
pudéssemos construir mais esse legado cultural tão importante, sobretudo às
novas gerações.
É preciso enfatizar a relevância do
trabalho competente e dedicado dos nossos curadores, sob a coordenação do
consagrado Nelson Aguilar, que
comprovou sobejamente o acerto de nossos esforços no sentido de escolhê-lo como
Curador-Geral desta 4.ª edição.
Permitimo-nos mencionar, ainda, dois
ilustres homens públicos do Rio Grande do Sul, já citados e referidos pela
Ver.ª Margarete Moraes, que contribuíram, de forma decisiva para a grandeza
desse empreendimento: o Governador Germano Rigotto e o Ministro Tarso Genro.
Fiel à tradição das edições anteriores,
incrementamos uma política de ação educativa, preparando mediadores capazes de
estabelecer uma adequada aproximação do público com a obra de arte.
O nosso amigo Justo Werlang, aqui
presente, Presidente da 1ª Bienal, assumiu esse encargo que foi por todos nós
também acompanhado e, na expectativa de receber cerca de 300 mil alunos, especialmente
das escolas públicas, nós nos esmeramos em reunir e preparar professores,
estudantes, interessados em arte, orientando-os para um trabalho pedagógico
dirigido ao público apreciador menos afeito às atividades artísticas, de modo a
facilitar-lhe o pleno desfrute da exposição e a melhor compreensão do fenômeno
artístico como história que se renova.
A preocupação com a democratização do
acesso aos bens estéticos esteve constantemente presente em cada medida que
adotamos, razão pela qual foi realizado um imenso esforço para que toda a
população pudesse usufruir gratuitamente a exposição, como foi citado aqui
anteriormente. O Presidente da Bienal de São Paulo, na semana passada, disse-me
que não conseguirá fazer isso em São Paulo. Então, a nossa população do Rio
Grande do Sul e de Porto Alegre tem acesso gratuito a todos os espaços, das 9h
às 21h, seis dias da semana, de terça a domingo.
Sempre tivemos a convicção de que o
desenvolvimento da sensibilidade artística em todos os segmentos da população
significa uma conquista da cidadania e é fator fundamental no processo de
amadurecimento político e cultural dos povos.
Com este Título que a Colenda Câmara de
Vereadores de Porto Alegre ora me outorga, entendo que se realiza mais um ato
público de apoio e prestígio à Bienal de Artes Visuais do Mercosul,
homenageando-se, igualmente, todos os seus idealizadores e artífices, dentre os
quais não posso deixar de destacar o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, o
principal artífice da Bienal do Mercosul, os artistas, os curadores, os
colaboradores e parceiros, a Liliana Magalhães, que está aqui também conosco,
do mais eminente ao mais simples, desde a primeira até essa 4ª megaexposição de
2003. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estamo-nos
encaminhando para o encerramento desta justa e merecida homenagem. Agradeço aos
que compuseram a Mesa, a todos e a cada um dos que aqui compareceram.
Neste momento, convidamos todos os
presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense. Saúde e paz!
(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)
O homenageado convida todos os presentes
para uma confraternização.
(Encerra-se a Sessão às 18h36min.)
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